E, de repente, ele está de novo por aqui. E, é claro,
sozinho, porque não há intensidade que o acompanhe de fato, mesmo com tanta
propaganda por aí. Aliás, esse nem é sua abordagem preferida. Ele é verdadeiro
e aceita da vida o que ela lhe oferece, especialmente quando lhe parece bom.
Mas não importa. Já está acostumado a isso. Sempre há aquele ponto, a bifurcação
da estrada. Whatever!
Sentia raiva, mas só um pouco. Ficava triste, mas, também,
só um pouco. Minimizava os sentimentos, porque sabia que não teria efeito.
Assim, agora, agorinha mesmo, ficava diferente. Talvez tenha uma ponta de
decepção. É sempre assim quando a expectativa é alta.
Não se comove pelo discurso. Não queria mais ter aberto tão
grandemente o coração. Mas já sabe que a palavra é um ato irreversível, então,
de novo, “whatever”. Esse temor incomoda, irrita, o deixa extasiado, mas
chegará o ponto em que não mais se importará (será?). Whatever.
Ao menos estava de volta à reflexão, a percepção de que,
sim, ele tinha razão, ainda tem razão: não há ponto em que não se torne só,
complemente só, sem entendimento, nem companhia, nem presença. Nada além da própria
alma, arrependida ou não. Ninguém o acompanha nesse ponto. É a história mais
triste da solidão. As pessoas simplesmente voltam às suas vidas comuns. E,
quando ele olha, não enxerga mais nada além do próprio reflexo no espelho.
Ele gosta de viver a vida dessa forma. Sempre se arrepende
em algum ponto. Dessa vez era diferente. Ou não. Que seja. Voltará às suas
próprias canções, suas próprias crenças, sua própria competência, dedicação ou
carência. As visitas às palavras serão mais constantes agora. Só se consegue
isso em sentimentos extremos: dor, raiva, medo ou amor.
Não se preocupe com nada. Ele continuará aqui. Ou não. Tanto
faz. Ninguém vai mesmo perceber isso. A vida, então, como ela era. Não acredite em qualquer propaganda.
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