sexta-feira, 24 de julho de 2009

Uma foto irreal

Você é uma foto, nada mais do que isso. Eu olho pra única pose que conheço, o mesmo sorriso congelado. Escrevo, penso, imagino, desejo (!). Mas não digo, a discrição faz-se necessária. É superficial, nada romântico. Ainda assim, me rouba tempo.

A camuflagem é óbvia. Você pode suspeitar ser o tema, mas nunca terá certeza. Haverá sempre uma negação. Uma explicação tola. E melhor que seja assim: platônico. Pode parecer infantil. E é mesmo. Também não me importo. A pretensão é nula.

Escrevo recados, eu sei. Bilhetes que nunca são lidos. Significantes órfãos de sentindo. Semântica descontextualizada. Gritos no volume de sussurros. Mas, ainda assim, há registro. Pura vaidade ou preciosismo, é provável. Mas se algum dia meu sol nascer no teu leste, saberá que estava previsto.