E não é estranho que seja assim? Não, não é. Ao menos para
aqueles que, de tão passional, modificam o olhar, sem qualquer constrangimento
ou cerimônia. Afinal, nós somos assim, gostamos do que somos, mesmo quando, com
algumas ameaças ou tormentos, não entendemos, exatamente, o que se passa por
dentro da alma, da mente e do coração.
Mas, de repente, sem que se perceba, uma insegurança
improvável, embora bem conhecida. Eu não vejo a cor azul e isso não me deixa à
vontade. Mas tento dissipar a dúvida de outras formas, com outros mecanismos.
Começa então aquela busca incansável por certas respostas. E é claro que tudo
está bem. Porque até mesmo o acaso favorece a bondade.
O ato descritivo atrasou, porque, claro, tudo teria que vir
com um requinte de especial, ou não pareceria válido. E como substantivar metaforizando,
quando os adjetivos são tão objetivos? Então é isso: está ótimo, está muito
bem. Assim, fica evidente, embora pouco atraente.
E se houvesse no mundo um só assessório, este seria o
automóvel. Não importa a marca, a cor, nem a velocidade sempre constantemente
abaixo do usual, prolongando o tempo e usufruindo o espaço. Mas o que realmente
importa é o contexto. Sem ele, nada de marcante existiria. E é dessa forma que
se constrói um fato, um dia, uma lembrança, um beijo, um olhar.
E se sobrasse um só elemento, seria a água, aquela mesma tão
propositalmente espalhada, dentro de um só contexto: confidenciado pelo olhar, ocultado pelo medo, revelado pelos lábios.
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