Debruçava sobre o volante enquanto pacientemente esperava o
sinal. Contava os segundos do vermelho, de maneira decrescente, como de
costume. Mas não se preocupava com os números dos segundos mais. Era apenas uma
parte do hábito que persistia.
Depois de algum tempo, perdera algumas ideias, mas insistia
em pensar. Era importante, para ele, visualiza-la novamente. A cor azul, tão
influente, pela própria força, quanto pela lembrança que lhe confundia a mente,
criando cenários tão semelhantes.
Evitava, a todo custo, perder da mente as imagens que lhe
satisfaziam. E encontrava paixão até mesmo naquela censura prévia, tão autoritária
e exageradamente aplicada, segundo os olhos dele.
Pensava no mesmo rosto corado a cada olhar verdadeiro, com
tanta inquietação que nem poderia explicar. E sem que ele percebesse, a música
deslizava em seus ouvidos, na mais provável imaginação. Tão real, quanto a cor
azul.
Nenhum comentário:
Postar um comentário