Combustível

E quem disse que eu não estava aqui? Aquele combustível que me empurra não acabou. Ele não acaba. Às vezes a brasa se abranda e tudo fica mais fácil. É cômodo. E tenho optado por isso. Quase sempre. Mas minha percepção está para além do que se pode evitar. Há coisas que são inevitáveis e essa, de fato, é uma delas. Mesmo quando me falta o ar. E é aí que eu respiro mais fundo.

Então eu fecho os olhos e me lembro de quem sou. E não é nada diferente do que vejo agora. Mesmo que, no fundo, pareça. Eu ainda escolho a taça, o vinho tinto, seco, como deve ser. E agradeço aos céus por sentir tudo isso. Mesmo quando mais distante ainda. Eu aprecio cada dose, como se fosse antes.

O mundo andou. Não, ele não girou. Mas aquele olhar ainda está aqui. É claro.