Às vezes, não acredito na verdade dos olhos. Especialmente
quando sei. Que eles só falam mentiras. E aqueles olhos conversam com os delas,
as duas, olhares cruzados, trocados. Palavras soltas, atenção seletiva.
Faz tanto tempo que perdi a prática. Quase erro as letras,
mas ainda conheço o peso de cada uma. Observar ainda é um hábito. E, quando ele
se torna saudável, o imaginário vaga em mundos opostos.
Os sorrisos, por sua vez, não mentem. Eles denunciam, seja o
prazer, a raiva, a intolerância ou o desprezo. Eu não interpreto. Simplesmente
porque isso me cansa, às vezes. Mas observo. Ainda.
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