sábado, 16 de abril de 2011

A rotina

Posso escolher, sei disso. Eu decido o que pretendo fazer, o caminho o qual desejo percorrer de casa ao trabalho, e de lá ao supermercado. Mas ainda não entendo o que me faz optar. Não lido bem com essa liberdade, síndrome da indecisão. Gosto de pastel de queijo. Mas sempre levo um de carne, também. Por que é tão difícil assumir integralmente uma posição?

A solidão, às vezes, parece ser a melhor solução. Mas quem está disposto a correr esse risco? Então, eu acordo todos os dias, visto as mesmas roupas de todas as semanas, faço as mesmas orações. Parto em direção ao mesmo lugar, não ouso desviar uma rua sequer. A rotina é quase uma superstição.

Então eu me canso do ruído do motor do carro, ligo o som, escuto algo calmo, não gosto de muito barulho pela manhã. Eu gosto do sol ameno desse horário e do vento que bate no rosto. Uma sensação de frio mesmo no verão. E tudo parece ser diferente.

Mas quando chego, estaciono. E digo as mesmas coisas que pensei que não mais diria. Sinto-me como um laboratório. Um estudioso. Observo. Projeto. Mas, ainda, não parti à prática. Eu tento, todos os dias. E amanhã, prometo, será diferente de novo.

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