Eu me lembro de quando aprendi a me enxergar por dentro. A intimidade foi construída lentamente. Eu sei aquilo que quero, como preciso proceder. Tenho sempre em mente o percurso a ser feito. Entendo perfeitamente o que a brisa do fim de tarde quer me dizer, quando rasga meu rosto.
Quantas vezes manipulei o contexto. Tantas e tantas vezes. Há sempre aquilo que foge ao controle. Nem tudo pode ser entendido. E mesmo quando menti parecia verdade. Faço isso o tempo todo, sem nenhum ressentimento. Mas nenhum mal foi construído, só as histórias ficaram extensas demais.
Estou cansado. Pensei em analisar todo o passado, resgatar o que pode ser salvo. Mas não tenho ânimo pra isso. Refletir é uma atividade exaustiva. Não saí do lugar, mas, quando lembro daqueles dias e daquele gosto quase perdido, parece que andei quilômetros.
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