quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Livro da Sabedoria

Hoje, depois que a noite caiu, eu abri a Bíblia. Em busca de uma resposta, uma orientação, talvez. Qualquer coisa que me ensine, que mostre caminhos ou algum horizonte a contemplar. Meus dedos a abriram, sem página marcada, me levando ao Livro da Sabedoria. No primeiro capítulo, para que eu pudesse ler o título do livro, como se Deus quisesse me dizer que a sabedoria está presente e que o dito popular tem sentido.

Não. Não foi o bastante para que eu saísse do inconformismo, estado imutável em que me encontro e que não pretendo alterar. Essa “aceitação” não é, de forma alguma, sinal de superação ou de lucidez, como pregam. Na verdade, não há nada, que consciente conheça, capaz de esclarecer o absurdo, justificar o sacrifício ou consertar o que está destruído, dilacerado.

Por outro lado, ter fé é quase uma obrigação. Não dá para se imaginar nenhum centímetro de agravamento do que já é trágico e esse receio, às vezes, é o que me obriga a crer no fortalecimento espiritual. Mas, por favor, não tentem me fazer sorrir, nem me comover pela comparação. O sofrimento, nesse ponto, é egoísta, eu sei. Assumo, não me envergonho, nem pretendo que diferente seja.

O que você diria agora? É nisso que não consigo parar de pensar.

Um comentário:

Renata Hipólito disse...

Acho que eu teria escrito esse texto, se você não o tivesse feito. Te entendo perfeitamente...