Gosto de te ouvir falar. Assim, bem devagarzinho, deslizando palavra por palavra, como se frase fosse demorar a formar sentido. E as ideias se compõem, os gestos são precisos, complementam sua fala. Nem escuto o que você diz. Visualizo o movimento dos lábios, com total ausência de qualquer som. Admiro sua expressão, a suavidade dos traços. A cor tímida de seu rosto.
Contemplo cada minuto, porque sei que serão poucos. Os passos aceleram, agora, um breve percurso, o fim do espetáculo. De volta à mesa do escritório, não sem antes sentir a pele queimar e o corpo transpirar naquele sol escaldante.
E a despedida, um último olhar, um curto sorriso. Os rostos se fecham novamente. E a mente finge esquecer o que o coração um dia já disse.
Um comentário:
palavras melhores não podiam ter sido escolhidas pra escrever esse texto..
parabeéns
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