terça-feira, 3 de novembro de 2009

Meu caderninho branco e minha bic azul

Eu não gosto de pensar, isso não foi uma escolha, é uma conseqüência do que eu sou. Estar no meio é sempre mais desastroso do que estar embaixo. As tardes longas e quentes fazem a mente funcionar de maneira agressiva. É difícil medir a satisfação com esse clima. E quando as expectativas desaceleram, o corpo entende os sinais claramente. É cansativo cultivar o ostracismo e sorrir ao mundo simultaneamente.

Os ideais são pretextos para quem foge de algo mais grave. E a falta deles não alivia em nada as tensões. Observar o mundo girar do mesmo lugar confere à inércia um poder de manipulação emocional acima do saudável. O esgotamento crítico parece muito mais próximo do que antigamente. Dá aquela vontade de viver ao contrário, começar de novo, não de agora, mas voltar no tempo e fazer direito, escolher diferente. Ou não. Não importa.

Ter escolha é sempre melhor. Mas escolher depende de vontade. E a vontade tem deixado a desejar nos últimos tempos. Tão difícil saber o que é melhor. A que ponto chegaremos (se ainda estivermos juntos)?

Vou pegar meu caderninho branco e minha bic azul.

2 comentários:

Carol Reis. ♥ disse...

Oii.
Acho que voltei com o blog. ^^
O seu, ótimo e poético como sempre.

Além disso eu posto de quinta feira no www.sopa-letrinhas.blogspot.com

Beijocas!!!

Quem escreve disse...

Lembro, qdo jovem, ter-me feito semelhante comentário, acerca de semelhante olhar para dentro. Não há resposta do tipo assinale, meu caro Renato, mas há uma verdade que sempre nos esquecemos: de que pensamos demasiadamente de maneira linear e sempre do começo para o fim. Eu, antes jornalista, tenho me surpreendido com talendo de lambe-lambe. E mesmo agora, na velhice, isso ainda me encomoda...