Pensava que tivesse ido embora. De vez, pra sempre. Mas insiste em voltar com aquele sorriso solto, aquela coisa de ser timidamente sexy. Não que quisesse reviver, mas só sentir o gostinho de provocar nele aquela sensação de descontrole. Apenas mais um truque de quem finge não ser de propósito.
Os carros seriam iguais, se ainda o tivesse. Uma espécie de sintonia cotidiana. Sabe aquelas coincidências superficiais que juntas formam o contexto? É assim que casualmente eles se encontram, nas coisas simples, situações normais que marcam uma vida. Uma espécie de filme de amor.
A manhã está quente, de um jeito pouco romântico. Mas ele volta àquela mesma estrada, lembrando, agora consciente, de cada nuance de todo o prazer. Observa pela janela o homem no seu dia-a-dia. E reflete sobre o tamanho do mundo. Está tão perto e ela nem imagina.
Os detalhes os separam nesse dia. Tantos pontos em comum, do homem que poderia tê-lo visto e reconhecido, ao ponto onde sempre estaciona na despedida, os unem sem que ela saiba. Não fazem do sentimento segredo. Mas partem do desejo para o abstrato, calando a boca, escondendo os beijos, brincando de não querer.
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