domingo, 25 de outubro de 2009

Só pra provocar

Pensava que tivesse ido embora. De vez, pra sempre. Mas insiste em voltar com aquele sorriso solto, aquela coisa de ser timidamente sexy. Não que quisesse reviver, mas só sentir o gostinho de provocar nele aquela sensação de descontrole. Apenas mais um truque de quem finge não ser de propósito.

Os carros seriam iguais, se ainda o tivesse. Uma espécie de sintonia cotidiana. Sabe aquelas coincidências superficiais que juntas formam o contexto? É assim que casualmente eles se encontram, nas coisas simples, situações normais que marcam uma vida. Uma espécie de filme de amor.

A manhã está quente, de um jeito pouco romântico. Mas ele volta àquela mesma estrada, lembrando, agora consciente, de cada nuance de todo o prazer. Observa pela janela o homem no seu dia-a-dia. E reflete sobre o tamanho do mundo. Está tão perto e ela nem imagina.

Os detalhes os separam nesse dia. Tantos pontos em comum, do homem que poderia tê-lo visto e reconhecido, ao ponto onde sempre estaciona na despedida, os unem sem que ela saiba. Não fazem do sentimento segredo. Mas partem do desejo para o abstrato, calando a boca, escondendo os beijos, brincando de não querer.

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