quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Dia das crianças

Desci. Andei pela rua dos absurdos. Brinquei com as crianças simples e construí castelos de barros. Desmanchei-os um a um, me divertia com o choro infantil dos que sofriam pela destruição. Meus brinquedos caros nem os trouxe. Guardo em casa com minhas coisas. Ninguém mexe nas minhas coisas, mesmo nas que eu não uso. O importante é que sejam minhas.

Não empresto meus brinquedinhos. Talvez até os doe. Esses que encontro no barro não possuem encanto de brinquedo novo. Então eu desejo quebrá-los. Para nunca mais tê-los comigo. Eu quero um brinquedo novo. Agora quero de areia. Areia clara e macia. Castelos de areia.

Não brinco mais com você. Não mais ligarei para indagar “quer brincar?”, como quem oferece um mundo de magia. Não ligo, não brinco, não brigo. Não digo com quem eu fico. Não fujo pro esconderijo. Não conto de quem eu gosto. Eu ouço, guardo e reflito. Repito pra mim cem vezes. Que brincadeira mais chata. Não dá mais para ser criança.

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