Esse é um daqueles raros momentos em que quase tudo parece
ser enumerável, ponderável, analisável. Parece. Eu não sei bem onde quero
chegar, mas sei que desviei, errei em alguns pontos, talvez. É natural que a
vida não seja um filme, mesmo com tantos filmes imitando a vida. Seria mais
fácil olhar numa direção só. Mas a visão é ampla.
A gente sempre grava uma cena: “forte, por favor”. É como
categorizar sensações e ideias de forma lúdica, gráfica, ambígua. É cômodo,
engraçado, divertido, mas não traz tudo que um sorriso contém. E descrever
seria puro desperdício de letras; uma tentativa infantil de procurar
neologismos para imagens abstratas demais ao olhar racional.
É um resgate de identidade impensado. É um ato inexplicável
que parece ser inesgotável. Ninguém quer, de fato, deixar a mesa do bar. “Garçom,
mais um por favor”. Aqueles olhos atentos, sérios. Aquele olhar infantil ou
sensual. A cor amarela. Tudo é uma coisa só. Aquela coisa que não tem nome.
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