Havia perdido o costume. Esquecera a prática. Mas é o tipo
de coisa que se lembra a toda hora. É lógico que a emoção é superficial. Aliás,
o processo todo se tornara superficial. Supérfluo. Mas, ainda assim, sacia e
constrói a virtude dos desvirtuados.
Qualquer lágrima, depois de tudo, só se considerava como argumento, recurso simbólico ideológico. Tudo, agora, é tão tosco. E prático. Fácil. Concentrava-se apenas na recompensa. Nada além de uma troca injusta. Porque é assim que deve ser. A busca da satisfação (quase) a qualquer custo.
Mas ele ainda sabe quem é. Reconhece os passos mal dados e
todas as vantagens que obtém nesse percurso. E gosta do que vê. De como vive.
Aprecia aquela sensação única. E tudo parecer ser como antes. No fundo, ele
sabe que é diferente. Mas insiste. Insiste.
Nenhum comentário:
Postar um comentário