segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Eu ignoro

Até que ponto eu realmente me importo? Qual foi a hora que eu me senti sozinho e me arrependi? Em que momento tudo não passa de perda de tempo? O tempo todo. Nenhuma medalha, nenhuma atitude louvável. Do carro estacionado ao olhar desesperado. Não sobrou coisa alguma que me orgulhe.

Uma compreensão por completo, agora, de quem, ao contrário, se ausenta. Isolamento estratégico. O travesseiro teria sido a melhor opção. De onde vem essa sensação de obrigação? Não há qualquer frase que seja lembrada, nenhuma menção proveitosa. Por que, então, esse desejo de carregar o mundo nas costas? O mundo das pessoas.

O conflito vai além do incômodo. Esbarra na dúvida dos princípios. Afinal, não somos o bom samaritano. Ou somos? E por que me envolvo? Eu já fui jovem, imprudente, incoerente. E ajo como um velho arrogante e responsável. Mas, é incrível como, agora, tudo parece tão óbvio. As escolhas, os motivos, as desistências.

Eu desisti. Nunca mais verei coisa alguma. Nem bondade, nem maldade. Aquilo que abriu seus olhos pra o abstrato fechou os meus para as suas virtudes. E os sonhos nunca mais serão os mesmos.

Um comentário:

H. Machado disse...

Condenado, sim. Aliás, condenados. E o inferno, bom, você sabe, né.