segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A realidade do sonho

Depois de tanto tempo, de ter esquecido um pouco, logo antes de acordar, ela visitou os sonhos. Sem muitas palavras, nem afetividade. Mas provava o gosto sem qualquer restrição dessa vez. Envolveu-se no prazer por inteiro, sentiu com aquela intensidade que gostaria ter tido na primeira vez, em que tudo era real.

Não se esqueceu dos detalhes, mas focou-se no principal. Fez amor sem ressalvas. Com o corpo trêmulo, colado, molhado. Não disse uma palavra. Mas era como deveria ter sido aquele dia. Sem culpa, nem entendimento. Prazer pelo ato, amor pelo sexo. Pra que entender?

Mas já faz tanto tempo. Tantas vidas já passaram. Tanto amor esquecido e relembrado. Em poucos segundos. Tempo suficiente para abrir os olhos e, lentamente, separar sonho e realidade.

Pensou imperativamente: “Saia já dos meus sonhos”. Mas logo se acomodou com a lembrança do cheiro, do gosto, dos sentidos, do longo café da manhã, das horas conversando e adormecendo abraçados. Sorriu. Fechou os olhos de novo.

2 comentários:

Quem escreve disse...

Meu caro, havia lido algum destes textos antes de escreve o seu?

http://velhosantiago.blogspot.com/2011/09/pode-nao-ser-so-comigo.html

http://zonafronteirica.blogspot.com/2011/09/performance.html

Quem escreve disse...

Passo de novo aqui. Com outros olhos... agora vejo o que antes não vi - já que trazia meu olhar vício pra cá. Assim o é depois de muito tempo. O real é pecaminhoso, poucos se dão. Fica o restrito, como se fosse caminho pro prazer no mais amplo sentido. Sem culpa, culpados são os outros.

Ótimo texto.

Sinto-me recompensado pelas vezes em que, insistentemente, estive conectado e me sentindo um chato para que o primeiro texto seu fosse enfim postado. Quem por aqui passa, certamente, concorda comigo.

O Velho pegou outra pessoa bem sensivel por ai. Estou agora sendo chato na vida dela. Assim que postar, informo.