quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Versões do abstrato

Escolho cada verbo cuidadosamente, misturo com adjetivos precisamente, com um sentido aberto, abstrato aos olhos, mas definitivo, incisivo à pena. Não há segundas intensões, quando não desejo. Sou rei, a cadeira é meu trono, as palavras são meus decretos. Não questiono ou compartilho. Reinar é uma atividade absoluta, egoísta, não permite palpites contrários. Manifestem-se os que vida longa desejam ao rei.

Não. Não sou arbitrário, não espero bajulações, mesmo que elas sejam bem-vindas. Mas não há tinta alheia que dirija minha pena. Meus traços não precisam de direção. Não precisam ser compreendidos além de mim mesmo. Mas sempre é bom compartilhar, desde que involuntariamente, sem compromissos.

Não há conhecimento que delimite o contexto da criação. Só o que há de certo é a incerteza de rumos. Aqueles olhos antigos já não me dizem mais nada. Aqueles cabelos claros não me trazem saudade. A velha percepção foi modificada, distorcida (para melhor ou pior, que seja). Mas a minha alma ainda está aqui. Sempre.

2 comentários:

Amanda Teixeira disse...

seja bem vindo dinovooo.. (:

Quem escreve disse...

Texto com bom tamanho, layout limpo, e estou certo que entendo o atual jogo de cores e contrastes. Nada longo que se perca na quantidade, e curto o suficiente para condensar emoções, sentimentos, vontades, desejos, pensamentos... parecem mais presentes, não? Parecem mais próximos, os sentem? Enfim.. e pensar que este velho teve um dedinho nisso tudo.. Abraços.