terça-feira, 23 de novembro de 2010

Uma noite de bar

Ela finge que ama. Faz cena, caras, bocas, sorri com o canto dos lábios. Cria mil histórias, qualquer coisa que justifique a verdadeira intenção. Seria mais fácil ser sincera, abrir a porta do quarto, detalhar cada um dos minutos que deseja, tão incontrolavelmente, abafar os ruídos de prazer.

O mundo é injusto. Mas ao contrário do que se pensa, a vida, sim, é justa. E disso ela sabe muito bem. Escolhe cada peça cuidadosamente. Apega-se nos detalhes. Dos brincos aos sapatos, altos, sempre, é claro.

Passos firmes, perfume inconfundível. Nem doce, nem fraco. Ideal. Medido. Inconfundível. Viciante, como tudo o que se soma ao aspecto mais do que vulgar, definindo gênero, atuação e formas. Só mais uma noite no bar.

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