terça-feira, 10 de agosto de 2010

Em um só dia

Enxugo as lágrimas sem entendê-las. Repouso o pensamento sobre a mesmice da busca incessante por águas tranquilas, mesmo quando o mar está revolto. Desisto de associar explicações e imaginar soluções. O conformismo paciente pode ser o remédio para o tédio. Especialmente quando bem confortável estou em minha cadeira de área, olhando o pôr do sol no horizonte, como nos dias raros no campo.

O ócio só incomoda quando não há paz. Então não penso no choro. Esqueço-me de decidir se é alívio ou depressão. Deixo fluir em mim a sensação de liberdade, simulacro da vida, quase anestesia. Convincente.

Dias e ideias se alternam. Não há preocupação maior do que essa. Saber atribuir méritos, mesmo quando ausentes. Deitar todas as noites com o sono leve, vagando pelos sonhos improváveis do meu imaginário sensível. E ser, de verdade, livre, algum dia. Quem sabe.