segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Caminhos cruzados

Encontrá-la foi como uma casualidade prazerosa. Ele apressou o passo para alcança-la e percebeu que ela disfarçava, para espera-lo. Quando se aproximaram, o mesmo abraço apertado. Antes, o mesmo sorriso saudoso e aquele olhar que ele sempre lança, querendo dizer muitas coisas. E ela fita-o rapidamente e abaixa os olhos, como quem entende, mas não comenta.

Duas ou três palavras de cordialidade. Ele prefere observar com malícia. Ela não define, mas não retribui. Não há qualquer sentimento de culpa, nem aquela saudade emotiva. Há tempos flui uma paz interior e egoísta. Ele pouco se importa com os rumos da vida. Caminhos diferentes, cruzados. Agora, tanto faz.

Seguem direções oposta. Encontram-se, ainda, mais uma vez, antes que ela avance pelos corredores largos, até sumir completamente da vista. E dessa vez, só aquele sorriso mecânico, com a boca fechada, de quem não tem mais nada a dizer.

2 comentários:

Amanda Teixeira disse...

cada palavra expressa a exata emoção na qual vc deseja transmitir.. '-'
PARABENS!

Raiana Reis disse...

Há sempre as vias duplas em que apenas cruzamos direções opostas...
Gostei muito das suas composições, e surpresa pelo link do meu “Raios” aqui, com prazer acompanho agora mais de perto. Abraços!