quarta-feira, 21 de julho de 2010

Velhos encantos

Os olhos estão brilhando. Eles se encaram, quase de perto, por alguns segundos, até que, vez ou outra, ele abaixe os olhos para disfarçar o que pensa. E ela não perde aquele sorriso no canto da boca, que a deixa ainda mais encantadora. A incerteza é a mãe da insegurança. Ele arrisca um carinho nos cabelos, no rosto, observa a reação. Ela não se afasta. Aproximam-se mais, ao som da pergunta: “O quanto você gosta de mim?”. E os lábios se tocam num beijo com gosto de saudade.

Há quanto tempo. E por quanto tempo havia esperado. Ele, surpreso, gosta de olhá-la, admirá-la, linda, cachos encantadores. No pescoço, a medalha dourada com desenho de criança é o detalhe que resume o jeito de menina. Doce, única, quase um conto de fadas. As bocas se encontram de novo e, agora, ele tem certeza: era pra acontecer.

Responde perguntas difíceis, ri, brinca de imaginar o destino. Ele parte, já com vontade de novo. Sente o cheiro que o abraço deixou. Parece coisa da adolescência. Pensa por um momento e afirma em pensamento: “É claro que daria certo. E ainda seria bom”.

3 comentários:

Carol Javera disse...

Sublime... Exatamente como deveria ser.

Amanda Teixeira disse...

eu simplesmente acho esse texto lindo, lindo demais.. parabéns, palavras certeiras.

H. Machado disse...

Ele partiu, mas irá voltar. Ela partiu: ao meio.