terça-feira, 27 de julho de 2010

Quando vale a pena

Olhar e não enxergar. Perceber, mas não sentir. Nunca a indiferença fora tão importante para a sua alma. Nem mágoa, nem lágrima. Apenas um certo incômodo, um quase susto com as falas entusiasmadas, cheias de planos estranhos. Mas nada que fira sua autoestima. Tudo tão supostamente bem como deveria ser.

Quase não pronunciou palavra, nenhuma que necessária não fosse. Conteve o ar e decepção, mas nem atração permitiu-se sentir. Havia perdido as referências. Sentia-se livre ao caminhar sob o sol, de volta ao seu mundo, do qual foi subtraído naqueles instantes. As poucas lembranças mencionadas tampouco invadiram seu senso de dignidade. Ignorou o acaso completamente.

E quando o sorriso amarelo ameaçava desfazer-se, fechou os olhos e a viu deslumbrante, como outrora pelo reflexo do lago. E sentiu, de novo, aquilo que o faz reviver. A saudade gostosa de estar próximo de quem o quer. E de quem vale a pena.

Um comentário:

Amanda Teixeira disse...

noossaa.. *-* as vezes seus texto vão tão de encontro cmg, simplesmente AMO eles, parabéns