quarta-feira, 24 de março de 2010

Incoerências

Ela é menina, tão simples quanto caminhar pela praia. Nada de jogos, situações complicadas, histórias elaboradas ou paixões mal exploradas. Não esconde mistérios, não guarda nenhum charme especial, nem nada que destaque beleza extraordinária. Existe como alguém sem contexto, vive sem complicações. E, o principal, não me pede explicações.

Eu creio que sempre há uma razão escondida. O mais cômodo é não precisar descobri-la, nem entendê-la. Nada que de trabalho. Pensar é trabalhoso. Argumentar também. E eu só quero um café bem quente, um clima quase frio e a vista daqueles mesmos jornais pendurados. Apenas aquele calafrio de satisfação, olhando na mesa o lampião de enfeite. Eu não preciso dizer nada a ninguém.

Concentro-me apenas no que quero. E nem mesmo sei direito o que. Penso nos nomes, nos signos e suas coincidências. Lugares e pessoas. Tudo gira em torno da satisfação. E mesmo quando os caminhos se misturam, as estações se confundem, eu ainda oculto o que é necessário. Peço, então, mais um café.