Seu olhar é fulminante, no sentido mais clichê do fato. E é exatamente a futilidade da ocasião que o enfeitiça. Ele não consegue desviar os olhos daquele olhar penetrante. Ela sabe e faz de propósito, mexendo no cabelo e na roupa sem disfarçar. Ele senta, inerte, despreparado, entregue a tudo o que ela desejar.
Ele se sente meio zonzo e seu pescoço balança quase que acompanhando o movimento dos lábios dela, como se quisesse decifrar cada intenção pervertida naquelas palavras simples e cotidianas, mas, nas entrelinhas, carregadas de conotação obscena. É inútil. Ela já o venceu desde a primeira dose.
O perfume é inconfundível. Caracteriza o ambiente e contextualiza a cena. Ele esconde o medo. Ela provoca. Faz caras e bocas. E diz “Cada um tem seu próprio brilho”. E a sensualidade prova seu poder de persuasão
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