terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mesa amarela

Nunca vi dias de tamanha solidão, concretizada na ausência de pensamentos, na insatisfação com o nada, na decepção com o todo e na incerteza da alma. As possibilidades são muitas e elas teimam em brincar com a minha expectativa e em desafiar meu poder de percepção. Faltam-me as companhias desejadas, mas ainda há coisas a serem contempladas. Todo ser tem sua própria beleza e originalidade.

Mas a ausência de comunicação emocional tem tornado meus dias mais difíceis e minhas noites terríveis. A simplicidade cotidiana até parece atraente num primeiro momento, mas depois de cinco minutos meu ser clama por compatibilidade de idéias. E algumas coisas tendem a barrar esse processo de identificação e modelagem.

A turbulência parece ter acalmado, a tal ponto que me permito uma livre manifestação como essa, não pela audiência, mas pelo desabafo e por saber que alguém acompanhará esse raciocínio, como se ainda estivesse sentado junto à mesa amarela. Eu deveria estar entusiasmado, mas o máximo que consigo é ficar surpreso com o rumo das coisas. É difícil explicar sem exemplificar.

Tomarei a última dose, com o vento batendo no rosto, observando a maré. O lema é sempre “deixar fluir”, mas isso tem me cansado demasiadamente. Um último gole antes de adormecer. Amanhã novos problemas hão de surgir. E nada parece ter solução.

3 comentários:

H. Machado disse...

Essa sintonia e conexão sempre me arrancará águas dos olhos, mesmo a qualquer distância. Obrigado, meu grande amigo, por ter me apresentado e me feito companhia por tantas e tantas madrugadas, na mesma compatibilidade, na mesma mesa amarela. A 12. Eu te amo.

Carol Javera disse...

Somos iguais.

Naakey disse...

;; own ;;