quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Ludibriando o ego

Quando me vejo sem sorte o acaso me revela a sorte. Sempre que desejo algo intenso, descubro que busco coisas erradas em lugares errados. Então, se anseio por gente de verdade, o que faço fingindo rir naquela mesa? Todos os olhares, aqueles lábios únicos me dizem só o que eu preciso ouvir. E as histórias enganam meu ego por algum tempo, ao menos enquanto resta parte de mim no bolso ou daquilo que eu significo.

Mas todos aqueles rostos, aquelas bocas falando ao mesmo tempo e tudo o que movimenta confundem-se com outras, tão semelhantes em essência, tão diferentes em verdade. Ninguém deseja arcar com as limitações. Contentam-se com as imperfeições. Mas sempre em partes, alimentando o egoísmo.

Eu olho os copos sempre cheios. As taças se esvaziando. E quando algo de bom ameaça meu coração, a mente reage de imediato, expondo os retratos do absurdo. E de novo o acaso brinda comigo, como quem sorri com sarcasmos.

Ignoro o movimento, fácil se esquecem essas coisas. Não mais me importam as palavras, quando os fatos saltam os olhos. Ainda há beleza, até em excesso. Talvez fosse certo, quem sabe até aceitável. Mas o relógio me lembra da vida. Os passos partem em direções contrárias. É hora de ir pra casa.

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