segunda-feira, 27 de julho de 2009

Em busca de paz

Penso todos os dias em pular do barco, mas não sei se nadar sozinho pelo escuro seria uma escolha atraente. Percebo ser cada vez mais difícil esconder-me atrás das árvores, mesmo ampliando o dicionário de metáforas a cada dia, na medida do possível.

Por outro lado, o silêncio seria insuportável. Todos os dias me pergunto quanto vale a minha paz. Ainda não entendi porque busco o caminho mais doloroso para tudo. Vejo imagens que não quero ver e para as quais não posso evitar olhar. Leio coisas que não quero saber, pois meus olhos ganham vida própria descobrindo cada uma daquelas malditas palavras.

Quanto me custa a solidão? Talvez tenha que pagar o preço e isso pode ser incrivelmente bom. Sinto-me como alguém que passou horas embrulhando um pacote para que outro o rasgue sem cerimônia. Mas acredite, eu não me importo com o presente, só com o tempo perdido.

Para me distrair do tédio, procuro o riso. Melhor é rir do infortúnio. Para cada olhar raivoso que recebo, retribuo com pena e isso sim faz meu dia valer a pena. Por que, como nas outras vezes, não me nutro de ódio. Cultivo apatia. E não insista, pois não me importo com nada disso. Sou tão duro e cruel quanto desejo ser. Talvez até sofra sozinho, mas hei de honrar o significado da palavra “nunca” para preservar minha personalidade sempre.

Um comentário:

Carol Javera disse...

É a solitude de quem está fora do "sistema". Sinto a mesma coisa.