sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Desapego

Quando eu achei que os meses passariam rápido, eles se arrastam lentamente em lamentação. Aqueles detalhes que ficam esquecidos, porém presentes, todos os dias, agora, fazem diferença pela ausência. Desapego. Ainda me lembro do olhar refletido no vidro e um longo planejamento que nunca se concretizou.

Eu me recordo dos primeiros dias. Daquela calma contemplação. Das espécies. E do cotidiano que se resumia em todos aqueles cuidados. O orgulho estético. A admiração. A exposição. E claro, a exibição. Quase uma competição.

É um longo processo de renovação. Substituição. Outras coisas já foram desfeitas. E eu juro que achei que seria mais fácil. São passos lentos de uma caminhada exaustiva. Difícil explicar cada peculiaridade das peças.

Um último brinde. Ao que fica. Ao que se foi. A tudo o que um dia foi verdade.

Um simbólico adeus.

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