A verdade é que nada é bem como parece. E, veja bem, como isso soa estranho. Quando se tenta definir a aparência usa-se um gesto de boa vontade, uma gentileza gratuita. Sinais que perdem a cor e a direção. É claro que a beleza fascina. E ela é incontestável. É claro, isso leva a outras intenções, mesmo que ocultamente. E, por fim, é claro, que a realidade é bem diferente desse universo.
O conceito de certo e errado não mudam o óbvio. Mas, também, não se pretende. Mas quando a palavra soa como desafio, deboche ou sarcasmo, a boca (neste caso, os dedos) não param mais quietos. É um vício, uma autodefesa. Não haverá silêncio desde lado da tela, mesmo quando custa sangue. É um orgulho incontrolável.
E tudo o que era bom, vira antônimo. Nas flores crescem espinhos, no sorriso, sobra o amarelo dos dentes, um olhar que, sem graça, tenta desdizer tudo, voltar ao início, desde que isso não implique em silêncio.
Ninguém deve nada a ninguém. Não há dívidas nem culpa. Não houve uma história. Os elogios são sempre gratuitos. Não é uma explicação. Quase um desabafo. Uma forma de sorrir desculpando-se. De tentar não ferir o desconhecido. De ser, simplesmente, amistoso, como desde o começo pretendeu-se.
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