terça-feira, 8 de março de 2011

Em tempos de carnaval

Um dia em que o acaso aconteceu, assim, surpreendentemente, num clima de folia fúnebre em que a alma despertava ao som replicante dos pingos de chuvas na telha. Nenhum sonho ou previsão dessa vez. Chega ao prédio com a língua afiada, armando ataque cheio de sarcasmo. Desarmado pela coincidência, ficou pensando. Partiu para o próximo ponto, também, com muita disposição ao questionamento. Mas com quanta doçura e sensualidade fora confrontado.

E as horas passavam desapercebidamente. Uma sensação de estar estranho. Alguma coisa fora do eixo. Tivera a insegurança exposta e isso o incomodava. Evitou compromissos, fugiu de formalidades, encontros amistosos e tudo mais o que degastasse sua percepção. Cobranças cruzadas, situação que o enfurecia. Ouvia, mais tarde, lamentos tolos e desinteressantes. Sentia os ouvidos cansados.

Cumpriu os encontros pelo mínimo. Aguentou tudo o que fora necessário para garantir os objetivos simples, mas que eram esperados. E ao chegar o fim da noite, abriu a bolsa pela parte externa e lá encontrou os sinais com os quais encerrara o dia. Letras, palavras, informações sem contexto que, agora, tinham cheiro de lembrança.

Tudo tão difícil de explicar sem revelar. Manter o charme. Metaforizar. E tudo no mesmo dia.

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