Eu não pude deixar de notar. As letras se embaralhavam na minha frente. Quase não conseguia formar uma única palavra que fizesse um sentido qualquer. A essência ainda me pertence. Grita dentro de mim de uma forma bem tímida. Estranho, assim considero que seja.
Na noite passada as ideias me visitaram. Não mais forte que o cansaço, o sono que venceu meu corpo, colocou meu espírito em segundo plano. Talvez, tivesse registrado antes, fosse algum pedaço de sentimento que se aproveitasse. Ou não. Mas as horas passaram e pouco restou a dizer.
Ainda assim, posso preencher linhas com a habilidade que não me exige modéstia. Não há qualquer glória, é um ofício qualquer. Não se trata de uma missão. Deixei de pensar assim. Talvez a mais ninguém interesse. Ainda assim, não importa. Meus dedos teimam em desenhar letras.
Motivação é algo infinito. Seja para o bem ou para o mal. Ou para o nada. Inércia. Engana-se quem a imagina ausente. É só uma questão de óptica. As dores ainda incomodam. Sei o quanto sangro por dentro. Nem sempre quero tornar isso uma fratura exposta. Calo-me quando convém.
Não preciso dizer o tempo todo. Algumas pessoas sabem, mesmo quando não parece. Olham-me com espanto. Brinco com as comparações, a percepção anda mais aguçada que antes. As pessoas são nosso laboratório (atribuo o crédito à sua ideia que aqui empresto).
Então, não dispenso meu café dominical, meu jornal matinal, minhas lembranças soltas, ideias perdidas. Não sonho, já faz algumas semanas. Mas fecho os olhos, às vezes, e conto tudo a mim mesmo, na mais perfeita paz, dentro do mais absoluto caos.
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