terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Chuva negra

Olhei pela janela as gotas de chuvas que vagarosamente escorriam pelo vidro, como se casa chorasse comigo. Lembrei-me, por hora, das histórias infantis, o menino que não gostava da chuva. Tempo em que as águas não lavavam meu espírito, tão límpida era minha alma.

No vidro, o reflexo tão triste do homem, agora só. Um desenho tão triste, tão triste, tão triste. Como não se pode mensurar. Uma verdade inexplicável. Uma contemplação do inexistente, a fuga do presente, o apelo aos céus. A incompreensão de tudo. A ausência de sentido em tudo o que era tão óbvio.

E o medo de andar de novo. Sorrir, agora, dói. As marcas ardem como fogo. E a insegurança de não mais saber como viver. Não há o que se esperar. Os braços estão cruzados. Não mais se abraçarão.

Negro. Como a noite em que o mundo cai. Como a morte. Como o fim.

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