As pessoas continuam existindo. Tendo uma vida, um cotidiano qualquer. Hábitos saudáveis, outros nem tanto. Vivem as coisinhas simples das quais nos esquecemos de considerar às vezes. Vão ao médico, à igreja, à luta. E nunca percebemos isso. Embora aconteça, mesmo quando não lembramos. O tempo passa por aqui e por lá.
Ela ainda amava na última vez que a viram. Ainda usava minissaia, gostava de rock e lia best-seller. Cantava alto no bar, lançava olhares à mesa ao lado. Hoje vive pequeno, sonha com aquele mundinho ao redor. Presente para as crianças, lembranças para os amigos, visita aos parentes. Formalidades e convenções em prol da boa (e velha) sociedade.
O tempo corrói irreversivelmente o entusiasmo das pessoas. Até mesmo aquele belo rosto está se desfazendo. Sobram alguns sinais; voz, sorriso marcado. E ao tentar prorrogar a inadiável ação do tempo, sobra a imagem de um resistente. Um suposto alienado. Estacionado, enquanto os outros se deixam envelhecer. Coisas que só vemos em dias assim. Por que não lembramos, nem nos importamos. Fingimos o tempo todo. E só revelamos agora.
Um comentário:
Detesto Natal!
Postar um comentário