quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mais uma peça

Um dia eu caminhava pela calçada azul, contando os blocos de cimento, com cuidado para não “queimar” a linha que os separam. Olhando pra baixo, me esquecia do céu e das árvores. Foi quando o sábio me chamou, assim, assoviando mesmo, falando meu nome em seguida. Ergui o rosto e qual a minha surpresa, barba ele não tinha, os cabelos eram poucos, só a voz era calma e segura. Segurança: o sábio a passava pela experiência. E por que eu confiava na experiência? Simplesmente porque não a tenho.

E, de repente, posso ver outras coisas. Estava dormindo, mas ainda não deixei de sonhar. E até borboletas eu encontrei dessa vez. E se pensamos sozinhos e sentimos juntos, é porque há ainda mais coisas a serem vistas, outros mundos a percorrer e, quem sabe, um azul mais sereno que os blocos pintados no chão.

O estado de espírito, às vezes, é bem diferente do que se está pensando. Mas as circunstâncias moldam as expectativas. E nos vários cenários da vida, ainda haverá mais cor naquele em que você estiver, para contracenarmos numa última peça, ainda. Se não a principal, ao menos que seja especial.

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