quarta-feira, 30 de junho de 2010

Catálogo de arte

Até pensei que ela não era de verdade. Mas a leveza dos movimentos e a singeleza do rosto branco me alertaram. Estava ali, a escolher ideias prontas, romances comuns, coisas pequenas, estereotipando o consumo feminino. Nada surpreendente nas preferências anunciadas, mas o som da voz, doce, formava a melodia da simplicidade.

E quando a imagem ganha forma a frente dos olhos, o impacto é instantâneo. Seria possível que os traços fossem, assim, tão bem desenhados, como não se espera? Por um momento essa questão foi mais perturbadora do que a presença física em si. Então o ambiente, outrora hostil, era cenário de observação, ao som de MPB que, estranhamente, formara uma antítese desejável.

Quando todas essas sensações se esgotaram, olhei no relógio. Alguns anos de imaginação e só dois minutos passados. A porta do carro bate e me desperta da distração. Agora sei quais foram as referências. Beleza simples, pintada de branco e castanho escuro. O resto ficou por conta do pensamento.

Um comentário:

Amanda Teixeira disse...

tu sabe mesmo usar as palavras.. cativante