quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Só cinco segundos

Foram cinco importantes segundos de contemplação. Passados lentamente, ao ponto de se poder contar um a um, em pensamento simultâneo ao vagaroso balançar dos cabelos claros, que coçavam o ombro preguiçosamente. Importante foi o fato de tudo ter se passado sem ter percebido. O oculto confere um grau sagrado ao momento inigualável, quase formando música imaginária aos ouvidos de quem olha.

A quantidade e a velocidade de sensações, lembranças e emoções ultrapassam a capacidade de contá-las. E se tivesse sido diferente? Se eu tivesse dito sim? (Teria, ainda assim, sido diferente?). Contexto é, realmente, algo que permite viver nos mais impensados mundos.

Lembrar da mesma coisa, todas as vezes, pode não significar nada. E é provável que não signifique mesmo. Nada muda o que já se foi. Absolutamente nada. Por que, então, perturbam tanto tais lembranças? E se pudesse começar de novo? Fazer outra vez, quem sabe.

Tudo em cinco segundos.

Um comentário:

Quem escreve disse...

acredito que se tivesse café esses 5 segundos foram bem mais 5 segundos...