Ele queria sangue, puro. Percorreu estradas desertas,
desconhecidas, em busca de um vínculo real. Queria sentir de novo a mesma
ligação. Não acreditava em ciclos, mas sentia-se imerso em um redemoinho, como
um prenúncio de finais inéditos, inesperados, já concluídos, sem nem perceber.
Não havia mais fôlego. Mas era bom demais, um guerreiro nato, para entregar-se
sem nadar, agora, para águas tranquilas. Rios calmos, quietos, o preferido dos
pescadores, mas que traziam em si uma tristeza tão profunda quando a solidão do
homem com redes.
Assustava quando o telefone tocava. Era como despertar de um
sonho ruim, mas que não acaba ao levantar. E nessa estrada conheceu pessoas
íntegras, pessoas lindas, lindas faces, lindos discursos. Mas ainda não sentia
aquela mesma “coisa”, intangível, indescritível. Contava as pessoas e essas
cabiam nos dedos de uma só mão. Mas acreditava nessa nova cidade, onde chegara,
até com certa tranquilidade.
Nada é capaz de destruir uma história. Não importe o quão
contrário amor possa haver, nem mesmo o quanto a alma possa esquecer. Nada
apaga uma história de sua essência cósmica. E seria possível viver assim? Não
sabia, estava aprendendo. Manchado de sangue.
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