Ele andava na direção errada. Não contrária, mas fora do
rumo. Mas, também, a vista o confundia, por sorte, não o suficiente para que
não mais percebesse. Quando parou de olhar o horizonte e observou a árvore, o
vale, a mata, percebeu que o caminho em linha reta estava errado. Teria que dar
a volta.
E, num momento mágico, relembrou cada palavra que já ouvira
e avaliou uma a uma, a loucura momentânea, o custo de cada pensamento e a
inverdade das trilhas sonoras. Não estava ali, como de fato sempre acreditara
estar. E, mesmo quando estivesse, não era inteiro. Era metade, incompleto.
E as músicas, agora, diziam outra coisa. Seus olhos
enxergavam de novo, sem sombras, nem dúvidas, mesmo quando havia certeza da
incerteza. Alto custo, valeria a pena, certamente, ao menos em algum aspecto.
Se tivessem dito antes, ele não teria ouvido. Tem por hábito só escutar o que
quer.
Parou de importar. Não importa o que fizesse, sempre seria o
pior. E não nascera pra ser isso, não acreditava, nem aceitava. Parou de perder
seu tempo emocional. Seguia na direção. Seguia em frente, mesmo que, por vezes,
olhasse pra trás. Não importa, não havia nada.
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