domingo, 14 de janeiro de 2018

Perdas. Ou ganhos. Ambos


Ele andava na direção errada. Não contrária, mas fora do rumo. Mas, também, a vista o confundia, por sorte, não o suficiente para que não mais percebesse. Quando parou de olhar o horizonte e observou a árvore, o vale, a mata, percebeu que o caminho em linha reta estava errado. Teria que dar a volta.

E, num momento mágico, relembrou cada palavra que já ouvira e avaliou uma a uma, a loucura momentânea, o custo de cada pensamento e a inverdade das trilhas sonoras. Não estava ali, como de fato sempre acreditara estar. E, mesmo quando estivesse, não era inteiro. Era metade, incompleto.

E as músicas, agora, diziam outra coisa. Seus olhos enxergavam de novo, sem sombras, nem dúvidas, mesmo quando havia certeza da incerteza. Alto custo, valeria a pena, certamente, ao menos em algum aspecto. Se tivessem dito antes, ele não teria ouvido. Tem por hábito só escutar o que quer.

Parou de importar. Não importa o que fizesse, sempre seria o pior. E não nascera pra ser isso, não acreditava, nem aceitava. Parou de perder seu tempo emocional. Seguia na direção. Seguia em frente, mesmo que, por vezes, olhasse pra trás. Não importa, não havia nada.

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