domingo, 5 de junho de 2022

Advérbio moderno

Existe alguma coisa. Que não é alcançável em nenhuma instância. Não pode ser alcançado fisica, nem financeira, nem politicamente. Nem ao certo com nenhum outro advérbio que o idioma conheça. Não há metáforas para pormenorizar essas situações sem rimas, sem nexo nem contexto definidos. 

Não importa o quão significativo seja sua essência em sua porca existência humana. Não há nada que possa ser plenamente atingida por qualquer instância física. Porque as mesmas limitações físicas são impostas indistintamente, na pior das hipóteses. 

Quantas histórias ninguém conhecerá. Ninguém nunca saberá. Esses pedaços de vidas existem soltos em um universo sem dono. Sem sono. Não há fim nem deveria ter. Não há sentido lógico, nem cronológico.

Quantas vidas você já viveu dentro de sua mesma existência? Quantos textos você já rasgou da memória. Quantas poesias já perderam a rima? E quantas outras serão formosa e maliciosamente formadas nesse universo paralelo. Mais um deles. Quantos mais. 

Não há limite. Não há fim nem começo. As experiências são desconexas. Cada uma daria uma história. Cada cena daria um livro. Cada livro daria um filme. 

Por que tantos anos se passaram? Porque a idade esconde constrangimento e faz concessões que a realeza da juventude desconhece. Mas a é bom que se saiba. Ainda há algo aqui dentro. Mesmo que a você não interesse. A mim tão pouco. Não importa. A essência permanece sempre. É inabalável. Inatingível. E invencível. 

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